terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Prosa com um violão...



Ser-me-ia lícito tocar-te, enquanto almejo sons mais perfeitos?
Talvez extraídos da insanidade cotidiana, que se escondem no sorriso mais sereno
Ou quando meus dedos em ti expandem uma sonoridade com tanto veneno
Que outros ouvidos diriam: jaz em teus acordes múltiplos defeitos

Ser-me-á lúcido, acordar à noite contigo?
E com sono insistir em remontar a harmonia desolada
Que foge do dia para não entender a mentira de cada passo
Dado pelos pseudo-fortes que tanto empobrecem a massa calada

Por que só em ti vejo o obscuro? e nele me sinto acolhido?
Quando olho os expectadores de tua música, lacrimejo
Mas, quando encaro o sarcasmo dos ignóbeis, não me vejo

Desejo o incontido, o contestável, o avassalador instinto
O arremesso de meus pés na água, valer meus sonhos de menino
Sei que alguém te entende, me entende, e isso nos torna cada vez mais vivos.

Autor: Fernando Ben.

Nenhum comentário: